Valéria e Janete do ‘Zorra Total’, ganham funk e podem até ter um programa só delas

01-08-2011 17:06

Valéria e Janete do ‘Zorra Total’, ganham funk e podem até ter um programa só delas

 

 

Rio - Há dois meses no ar com o quadro do metrô, no ‘Zorra Total’, Valéria (Rodrigo Sant’Anna) e Janete (Thalita Carauta) não sabem mais o que é pegar um metrô na vida real. Depois que criou o bordão ‘Ai, como eu tô bandida!’, a dupla ainda não pôs os pés nos vagões.

“Eu andava até três meses atrás. Mas comprei um Fusca e, aí, vou de carro”, conta Thalita, que não sabe como será a reação do público no dia em que precisar do transporte coletivo. “Fico pensando... será que, quando eu pegar o metrô, vai ser um rebuliço e não vou conseguir sair?”, pergunta.

Foto: Fernando Souza/ Agência O Dia

Quando era mais novo, Rodrigo fazia pequenos esquetes nas estações e, por isso, já se cansou desse meio de transporte. “Andei durante dois anos e meio. Tinha gratuidade por causa do trabalho. Mas nunca fui de andar de metrô naturalmente. Acho um pouco claustrofóbica aquela história de não ver nada”, confessa o ator.

Em cena, Valéria costuma aprontar suas bandidagens com Janete, que faz o contraponto e é extremamente ingênua. “Ser bandida é estragar qualquer um, para que ninguém tenha a opção de estragar com você. Assim como os travestis, Valéria é um pouco agressiva, muitas vezes por defesa”, diz Rodrigo.

Por causa do jeito característico da personagem, Rodrigo tem passado por momentos constrangedores na rua. “Às vezes estou andando tranquilo e a pessoa passa berrando: ‘Valéééria’, ‘bandida!’”, diverte-se.

No caso de Thalita, as brincadeiras são diferentes. “O que falam é que vão me bolinar (referência ao assédio a Janete, no vagão)”, conta a atriz que, inclusive, já sofreu com esse mal. “Isso já aconteceu comigo no metrô, a caminho da escola. É problema de lotação. Foi aquela coisa de homem ‘encoxando’. Mas você dá uma cotovelada, um empurrão e resolve”, revela.

O sucesso da dupla transformou o quadro em carro-chefe do ‘Zorra’ e o transformou na menina dos olhos da Globo, que estuda criar um programa só para eles. O curioso é que, por pouco, o quadro não foi ignorado.

“Escrevo esse quadro nojento que é o maior sucesso. A que ponto chegamos?”, brinca o roteirista Bernardo Jablonski. “Quase que não vai ao ar porque é grosso para cacete, mas é um sucesso”, diz ele, com orgulho.

A química entre Valéria e Janete é tanta que deu até samba.Ou melhor, funk. As cantoras do grupo Jaula das Gostosudas lançaram a música ‘Só No Cutuque’ em homenagem aos diálogos das duas, que acontece quando Janete está sendo bolinada dentro do vagão. Mc Koringa também tem sua versão.

Por causa do sucesso do quadro, e da música, O DIA levou as gostosonas para dar uma volta de metrô pela cidade. Elas não foram bolinadas pelos passageiros como acontece com Janete, mas não passaram despercebidas pelos marmanjos, que não tiraram os olhos das curvas das morenas.

“Somos fãs do quadro e resolvemos fazer uma homenagem. Além de assistir na TV, ainda vejo na Internet”, conta a dançarina Aline.

Mas a relação entre as dançarinas e a dupla do ‘Zorra’ vai além do sucesso na música. Assim como Janete, as gatas já passaram por situações delicadas no metrô. “Certa vez, um cara começou a falar um monte de besteiras. Comecei a gritar ‘tarado’ e só assim ele saiu”, conta a dançarina Priscila. “Eles ainda dizem que a culpa é nossa por causa da roupa. E o pior é que sempre é homem feio. Quando a gente vê um bonito, ele nem olha”, brinca a dançarina Alinda.

Rodrigo Sant’Anna até conhece as músicas do grupo, mas confessa que esse não é seu estilo preferido. “Escutava na época da ‘Estrada da Posse’ e do MC Marcinho. É quando eu vivia essa realidade”, explica ele.