Crítica de "Born To Die"

10-03-2012 09:23

Atendendo a um pedido, fiz a crítica do videoclipe de "Born To Die", da Lana Del Ray:

Vamos deixar claro uma coisa. Existem dois tipos de sucessos musicais da internet. Os terríveis, que ficam famosos por serem terríveis (“It’s Friday, Friday”), e os bons de verdade. Lana Del Ray é boa de verdade. A prova disso é “Born To Die”. A música é realmente perfeita, Lana Del Ray tem uma voz maravilhosa e apesar de melancólica, você se envolve com o ritmo da faixa. Mas, estou aqui para falar do vídeo, não é mesmo? O videoclipe começa com ela abraçada ao seu par romântico, ambos sem camisa, e a bandeira dos Estados Unidos ao fundo. Juro que NÃO entendi essa tomada. Se alguém tiver entendido me explica, mas eu achei um pouco Lady Gaga. Depois do momento abertura frustrante, vem a cena magnífica. Em uma igreja (pelo que deu a entender), Lana Del Ray está sentada em meio a dois tigres (o que pode ser exótico, mas não deixa de ser bom) usando uma coroa de flores fúnebres, com a maior cara de nascida pra morrer.  A partir daí se sucedem várias tomadas que nos passam verdadeiramente a dor de uma pessoa que vive a vida triste por saber que a morte será inevitável.  Quem assiste ao clipe, bom, pelo menos quem tem sentimentos, mergulha junto com Lana e sua caminhada rumo à morte certa. Na penúltima tomada, seu namorado a carrega morta nos braços, o que dá a entender que o carro deles tombou, e confirma a idéia de “nascida pra morrer” que ela insiste em frizar o videoclipe todo (não que isso seja ruim, afinal,  a canção se chama “Born To Die”...). Apesar de meio grotesca, todos entendemos a mensagem que ela quer passar na take. No fim, novamente a tomada que não me agradou, e que pode querer dizer alguma coisa que me fugiu à mente.

Lana Del Ray consegue ser excêntrica sem ultrapassar a linha do ridículo, e isso é MUITO admirável. Quem critica é porque está com inveja da novata que chegou passando todo mundo pra trás. Acho que eu encontrei nela o que torcia para que alguns artistas brilhante enxergassem: A idéia de fazer algo diferente dentro do limite do aceitável. São pessoas como Lana Del Ray que me fazem acreditar que o pó não está perdido. Um sucesso merecido, isso sim me agrada.